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De Paraty a Tiradentes, meu caminho pela História

Comecei a narrar esta viagem inda fora de Minas Gerais, em Paraty, no Rio de Janeiro. Passei por Ouro Preto, Mariana, Congonhas, São João Del Rei… E o mais parecido que vi, foi justamente a primeira e a última cidade deste caminhar histórico: Paraty e Tiradentes. São sobrados de cores diversas, chãos de pedras, igrejinhas perdidas no tempo… confundíveis entre si, embora inconfundíveis.

Antunes
Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2010

Pracinha em Tiradentes

Ruas de Tiradentes lembram as de Paraty

Diante da Igreja de São João Evangelista

Cantinhos de Tiradentes

Nôla e eu com vista de Tiradentes, diante da Igreja Matriz

Diante da Cadeia Pública

Nôla, ao fundo, Igreja da Matriz de Santo Antônio

A arte quando sacra é sem autores

Segundo o Guia de Cidades Históricas de Minas Gerais publicado pela revista BRAVO! e que foi usado em minha viagem, o mais importante para se conhecer em Mariana é o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra. Há que se tomar cuidado para não perdê-lo de vista, pois por mais que seja um belo casarão, pode passar despercebido entre tantos outros casarões, sobrados e igrejas. Despercebidos passaram seus autores pelo mundo, embora não as obras. Lá estão importantes peças feitas em ouro e sem assinatura qualquer. Dizem que negros e cristãos-novos não poderiam assumir autoria, pois não lhes era permitido trabalhar o ouro. O contraste com nossa época é grande, vide que os autores tem tido mais destaque que as obras e perduram além delas. Sem querer bater em quem já tanto apanha, para não redundar em uma surra clichê, mas já batendo: quem não conhece o Paulo Coelho? Entretanto, que obra sua perdurará? Aqueles eram tempos em que a arte valia por si só.

Antunes
Rio de Janeiro, 9 de novembro de 2010

Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, ponto mais importante de Mariana segundo a BRAVO!

Mercês da prostituta

Pequena prostituta em frente a Mercês de Cima / Dádiva de corpo na tarde cristã/ Anjos caídos da portada e nenhum Aleijadinho para recolhê-los.”
(Drummond, Mercês de Cima)

São tantas as igrejas em Ouro Preto que, confesso leitor, começo a ficar entediado de vê-las e de escrevê-las. São chatas as igrejas, são muito chatas. Se fossem boas, não precisariam pregar Cristo na cruz pra que ele ficasse lá dentro. Drummond diz que os anjos caíram da portada, creio que caíram de sono diante de alguma missa. O Aleijadinho, também, deveria estar a tirar alguma pestana, pois não apareceu. Fiquei a me interrogar por que raios chamam a Igreja de Mercês de Cima e descobri que por motivo óbvio, pois há uma Mercês de Baixo… são monótonas as igrejas. Depois de se passar por cinco delas já não se sabe qual é a mais bonita, a mais rica, a mais fúnebre… Já não saberia qual é Mercês de Cima e qual é a Mercês de Baixo, não fosse a prostituta que está diante dela, como diz Drummond. E quem é esta meretriz que vemos senão a própria Ouro Preto, deitada, arreganhada diante de nossos olhos a dar-se outrora para os portugueses e agora a vender-se aos turistas?

Antunes
Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2010


Nôla filma a Mercês de Cima


Eu leio o poema Mercês de Cima de Drummond, diante da própria Mercês

Diante da Mercês de Cima

Sentado à beira da Mercês de Cima, atrás está Ouro Preto

Placa explicativa da Mercês de Cima

Centro, uma Via Sacra

Vitória é uma porção de terra bastante irregular deitada sobre o mar. Sabe a Divina Comédia, aquela coisa de descer aos infernos e subir aos céus? É assim, em segundos. Embaixo estão os bares, teatros, cabarés, sexi shop, comércios em geral. Em cima estão as igrejas. São elas que olham tudo de cima. Nós olhamos de baixo, nos vendemos no porto, caímos da escada, enlouquecemos no tráfego. É possível organizar um passeio pelo Centro só baseado nas igrejas, enquanto caminha-se de uma pra outra vai se esbarrando com outros pontos históricos. O site da prefeitura de Vitória dá dica de seis, eu fui a quatro:

1 – Catedral Metropolitana de Vitória (Eu fui!)
Endereço: Praça Dom Luiz Scortegagna, Cidade Alta – Centro.

2 – Convento de São Francisco (Eu fui!)
Endereço: Rua Abílio dos Santos, 47, Cidade Alta – Centro.

3 – Igreja do Rosário
Endereço: Rua do Rosário, Cidade Alta – Centro.

4 – Igreja de São Gonçalo (Eu fui!)
Endereço: Rua São Gonçalo, Cidade Alta – Centro.

5 – Igreja e Convento do Carmo
Endereço: entre as Ruas Coronel Monjardim e Coutinho Mascarenhas, Cidade Alta – Centro.

6 – Capela de Santa Luzia (Eu fui!)
Endereço: Rua José Marcelino, s/nº – Cidade Alta.

As igrejas têm lá sua beleza e muita história. A de Santa Luzia é do século XVI, bem pequenina e parece uma ruína. A Catedral, como imaginável, é a maior, muito bonita por fora, feia por dentro e, como todas as outras, pessimamente conservada. O convento de São Francisco, praticamente abandonado, chama a atenção pelos seus sinos. A Igreja de São Gonçalo possui uma arquitetura simples e é jeitosinha.

A vantagem é que o centro de Vitória é bem miudinho e só cansa pelos sobe e desce de ladeiras e bonitas escadarias antigas. Sendo assim, dá pra conhecer lugares como:

– O Mercado Capixaba: feio pacas, mas tem lembrancinhas legais pra comprar.

– Teatro Carlos Gomes: uma bonita construção antiga.

– Parque Moscoso: um oásis no meio do cimento.

– Palácio Anchieta: sede do poder executivo.

Além disso, pegar ônibus em Vitória é bem tranqüilo e barato, dá pra caminhar até o ponto beirando o Porto de Vitória e vendo a bonita paisagem na hora de voltar pro hotel.

Antunes
Vitória, 16 de dezembro de 2009

Catedral Metropolitana de Vitória

Igreja de São Gonçalo, em Vitória e não em São Gonçalo. Eu disse DE e não EM.

Capela de Santa Luzia, pequeníssima e simples

Capela de Santa Luzia, pequeníssima e simples

Convento de São Francisco, se destaca pelos sinos

O Teatro Carlos Gomes

O mercado capixaba, feioso, mas útil pra lembrancinhas.

A bonita escadaria Maria Ortiz

O imponente Palácio Anchieta

Parque Moscoso, verde cercado de cinza

O antigo viaduto do Caramuru

Porto de Vitória, visto do Centro