Arquivo do mês: novembro 2010

Romaria

Os romeiros sobem a ladeira
cheia de espinhos, cheia de pedras,
sobem a ladeira que leva a Deus
e vão deixando culpas no caminho
(…)
Sarai-me Senhor, e não desta lepra,
do amor que eu tenho e que ninguém me tem.

Senhor, meu amo, dai-me dinheiro,
muito dinheiro para eu comprar
aquilo que é caro mas é gostoso
e na minha terra ninguém não possui.

Jesus meu Deus pregado na cruz,
me dá coragem pra eu matar
um que me amola de dia e de noite
e diz gracinhas à minha mulher.
Jesus Jesus piedade de mim.
Ladrão eu sou mas não sou ruim não.
Por que me perseguem não posso dizer.
Não quero ser preso, Jesus ó meu santo.
(Trechos de Romaria de Carlos Drummond de Andrade)

Enquanto eu andava por ali, ouvia umas histórias dessas bem populares e rasteiras que não se pode acreditar nunca, mas são sempre verdade. Umas vozes que vinham da calçada me diziam que coisa de 5 milhões de pessoas passam por Congonhas entre os dias 7 e 14 de setembro pra participar do Jubileu do Senhor Bom Jesus dos Matosinhos, vão por lá pra pedir pra Deus qualquer coisa que homem não pode fazer. Antigamente, se hospedava o povo num lugar circular chamado Romaria, que ainda está lá, mas abriga só umas obras de arte meio muquiranas e virou Centro Cultural. Eu andava em direção a Romaria sem saber o que pedir a Deus, pois tava com pecados não, acho eu. Chegando à porta, já era tarde, pra num irritar Deus com minha prepotência, o que pedi foi perdão por não saber o que pedir. Entrei na Romaria e nem romeiro eu era.

Antunes

Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2010

Romeiro solitário

Placas contam a história da Romaria

As casinhas de Deus e dos homens tortos

Se Deus é tão grande, como cabe numas casinhas tão pequenas? Deus é tão grande que precisa morar em várias casinhas pequenas. Na verdade, Deus não mora nas casinhas pequenas. Só mora a via crucis – que mora não só ali, mas em todas as igrejas do mundo que conheço.

Congonhas tem o privilégio de contar com o maior acervo barroco do mundo. O Santuário Bom Jesus dos Matosinhos, é diferente de todas as outras igrejas que já vi, pois é muito mais rico por fora do que por dentro: fora estão os 12 profetas e as capelas da via crucis que são consideradas obras primorosas do Aleijadinho e lotadas crítica e bom humor. Dizem que para atacar a repressão política da época, Aleijadinho metaforizou a repressão nos judeus que crucificaram cristo e desfigurou-os: pés torcidos, narizes imensos… Aleijadinho talvez tenha sido o primeiro e único cartuinista barroco do mundo. Aprendeu a torcer as imagens com Deus que o deixou torto pra toda a vida.

Antunes
Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2010

Eu entre as capelinhas onde mora a Via Crucis de Cristo e do Aleijadinho

Uma das capelinhas onde ficam cenas da via crucis

Enquanto apóstolo dorme, Cristo recebe visita de um anjo

A última ceia segundo Aleijadinho

Cristo sendo preso. Repare no nariz dos guardas.

A tortura de Cristo. Repare nas botas do guarda da direita.

Cristo sendo coroado como Rei dos Judeus

Cristo carregando a cruz

Crucificação de Cristo

O Décimo Terceiro Profeta

O Décimo Terceiro Profeta

1
E se os profetas não clamarem, as pedras clamarão? E quando os profetas são de pedra? O Décimo Terceiro Profeta é de carne e clama. O Décimo Terceiro Profeta não foi feito por aleijadinho, foi feito direto por Deus, e é um aleijadinho.

2
Enquanto todos os profetas estão de pé, aquele profeta de carne está jogado ao chão. Entretanto, enquanto todos os outros profetas estão em silêncio, ele clama: clama por uma mísera moeda que ninguém lhe dá, muito menos os outros profetas que são de pedra.

3
Quando o Décimo Terceiro Profeta chega bêbado ao Santuário, maldiz a Deus, joga merda nos colegas de profecia e mija nas escadas. Outro dia encontraram-no nu, querendo comer a baleia de Jonas, assada.

4
Dizem que o Profeta Amós é o autorretrato do Aleijadinho. Mas, Meu Deus!, há algum engano, então, pois o único aleijado que vejo é aquele farrapo que está ao chão. Outro dia, uma velha senhora tropeçou em sua ausência de pernas. O Décimo Terceiro Profeta esbravejou-lhe cega! Ela lhe pediu desculpas e o profeta, ironicamente, lhe deu uma moeda. Os aleijados somos nós.

5
Quando chegam as senhoras loiras, o Décimo Terceiro Profeta as insulta com os palavrões mais terríveis que ainda serão criados. Elas sequer se dão conta, pois sequer falam português. O Décimo Terceiro Profeta aprendeu, com os turistas que visitam seus colegas de profissão, algumas palavras em espanhol, francês, russo e até japonês. O Décimo Terceiro Profeta só não aprendeu nada em inglês, pois diz que é a língua do diabo.

6
Daniel passa a eternidade abraçado com um leão. Dizem que Daniel e seu leão compõem a estátua mais bonita. Imagine se todos os profetas quisessem um bichinho de estimação, o santuário deixaria de ser santuário e viraria um zoológico. O Décimo Terceiro Profeta quer passar a eternidade inteira com um pombo doente, mas ninguém vê o bichinho, pois nem dentro de sua barriga está mais não.

7
Outro dia, o Décimo Terceiro Profeta, levou uma mendiga pro Santuário todo interessado em se assanhar com ela. Entretanto, os outros doze, não paravam de lhe olhar com olhos celibatários. O Profeta, furioso, desceu de mão dada com a mendiga até uma das casinhas da via crucis e explicou pra acompanhante que aqui dentro ninguém nos perturba, pois a maioria é de romanos e o tal barbudo é amigo das putas e dos lazarentos.

8
Há, todo mundo sabe, profetas maiores e profetas menores. Mas, nem todo mundo sabe, que há o profeta mediano que fica sentado nas escadas do Santuário de Bom Jesus dos Matosinhos. O ruim de ser um profeta medíocre é que ninguém lhe repara. O bom de ser um profeta medíocre é que se pode tirar meleca em paz.

9
Um gato preto, bem no meio da noite, saltou na cabeça de Jonas. Quando enjoou, pulou pra cabeça de Baruc. Não satisfeito, pulou sobre Isaías. Depois de Isaías, o gato resolveu pular sobre o Décimo Terceiro Profeta que, nervoso, torceu seu pescoço. Com o cadáver do gatinho caído no chão, o profeta tentou ressuscitá-lo com um milagre, mas não conseguiu não.

10
É justamente o Décimo Terceiro Profeta o único dentre eles que pode entrar no Santuário. Os outros doze profetas morrem de inveja pois estão presos sempre ao mesmo lugar, submetidos às cagadas de pombo. Como a vida é sempre injusta e curiosa, o Décimo Terceiro Profeta também os inveja. Diz que preferia estar submetido às cagadas de pombo que aos sermões do pároco.

11
Desejoso, o Décimo Terceiro Profeta olhava a bunda de Oséias, nervoso com Deus. Pai, se é pecado, porque só me colocas pra viver no meio de homens? Foi até o pároco e lhe ditou uma reclamação, disse que exigia uma profeta, bem do sexo feminino, e que não precisava ser de pedra, podia ser daquelas de plástico mesmo.

12
No dia em que morrer o Décimo Terceiro Profeta, ninguém vai lhe fazer estátua alguma. Nos primeiros dias de sua morte, ainda o lembrarão, pois sentirão alívio. Dirão assim: que bom que já se foi este profeta que nos denunciava e cuspia no chão. Depois que passar um tempo, ninguém mais o lembrará e seus colegas de pedra o invejarão, porque só o Décimo Terceiro Profeta conseguirá descansar em paz ao lado de Deus.

13
Dizem que 13 é o número do azar. Deve ter sido por isso que são 12 tribos de Israel, 12 portas no muro de Jerusalém, 12 discípulos de Jesus e, claro, 12 profetas. Entretanto, sempre há um décimo terceiro. É este décimo terceiro que não entra pra história, não vira estátua, não é celebrado e sempre se ferra. Por isto devemos ser muito mais simpáticos ao décimo terceiro, ele tem mais de nós.

Antunes

Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2010

12 - Naum

11 - Habacuc

10 - Jonas

9 - Amós

8 - Abdias

7 - Joel

6 - Oséias

5 - Daniel

4 - Ezequiel

3 - Baruc

2 - Jeremias

1 - Isaías

Crônica falada: SOUVENIR

Depois que cheguei em casa, voltando de Congonhas, percebi que tinha feito a compra do pior souvenir de viagem de toda a minha vida. Aproveitei pra fazer um vídeo mostrando as melhores lembrancinhas e, claro, este tal souvenir que comprei!

Fica aí o vídeo:

Para ver os todas Crônicas Faladas, clique aqui

Antunes
Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2010

Verso que me une a Matosinhos

volver a ser de repente tan frágil como un segundo
volver a sentir profundo como un niño frente a Dios

(Violeta Parra, Volver a los 17)

Um David desprovido de vitória diante do gigantesco Golias, eu diante do barroco. Congonhas em poucos segundos tornou-se a Igreja dos Matosinhos. Todas as Cidades Históricas tornaram-se apenas a Igreja dos Matosinhos. Antônio Francisco Lisboa feriu de morte a raça humana: se ele é o aleijado, o que somos nós? Paralisado, eu conversava com Mnemosine: em qual obra da literatura está algum verso que diga que os doze profetas de Deus foram petrificados pelo olhar de Medusa? Vasculhei, mentalmente, os versos de Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa. Vasculhei os versos de Drummond e os contos de Autran Dourado e nada achei. Estávamos sós, a Igreja dos Matosinhos e eu, abandonados no abismo que é o mundo, sem nenhum verso que nos unisse. Cunhei-o, então, eu mesmo, pois aquele encontro já ocorrera em algum lugar do futuro: “São doze profetas de pedra, outrora carne, antes do olhar de Medusa”.

Antunes
Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2010


Nôla Farias narra e filma o Santuário de Bom Jesus dos Matosinhos

Todas as Cidades Históricas tornaram-se apenas a Igreja dos Matosinhos.

“São doze profetas de pedra, outrora carne, antes do olhar de Medusa”.

Antônio Francisco Lisboa feriu de morte a raça humana: se ele é o aleijado, o que somos nós?

De como cheguei à Igreja de Matosinhos em Congonhas

Como o leitor deve ter percebido, na última crônica eu estava em Mariana. Pois começo aqui minha passagem por Congonhas. Mas, antes disso, meses atrás, minha esposa teve o trabalho de pensar como circular entre as cidades históricas. Pasme, leitor, pois nossos destinos turísticos são péssimos em deslocamento. Nos foi mais fácil, na Bolívia, conseguir comprar passagens de uma cidade pra outra do que viajar pelas Cidades Históricas mineiras.

Voltamos a Ouro Preto e acordamos cedinho para viajar para Ouro Branco e de lá ir para Congonhas. Para chegar a Igreja dos Matosinhos, pegamos um ônibus na rodoviária que deu uma volta desesperadora (ou seja, leitor, se você quer ganhar tempo, vá de taxi). Congonhas não é uma cidade bonita e não vale a pena se hospedar por lá, entretanto, se torna indispensável visitá-la, pois possui o maior acervo barroco do mundo e ficar diante de sua igreja é como sentir-se uma criança diante de Deus.

Antunes
Rio de Janeiro, 9 de novembro de 2010

A arte quando sacra é sem autores

Segundo o Guia de Cidades Históricas de Minas Gerais publicado pela revista BRAVO! e que foi usado em minha viagem, o mais importante para se conhecer em Mariana é o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra. Há que se tomar cuidado para não perdê-lo de vista, pois por mais que seja um belo casarão, pode passar despercebido entre tantos outros casarões, sobrados e igrejas. Despercebidos passaram seus autores pelo mundo, embora não as obras. Lá estão importantes peças feitas em ouro e sem assinatura qualquer. Dizem que negros e cristãos-novos não poderiam assumir autoria, pois não lhes era permitido trabalhar o ouro. O contraste com nossa época é grande, vide que os autores tem tido mais destaque que as obras e perduram além delas. Sem querer bater em quem já tanto apanha, para não redundar em uma surra clichê, mas já batendo: quem não conhece o Paulo Coelho? Entretanto, que obra sua perdurará? Aqueles eram tempos em que a arte valia por si só.

Antunes
Rio de Janeiro, 9 de novembro de 2010

Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, ponto mais importante de Mariana segundo a BRAVO!

Sinos da Agonia

É triste o toque de agonia, disse ela quando terminou de rezar. Sim, é triste, mas é belo demais.
(Autran Dourado, Sinos da Agonia)

Mariana é uma subida. Enquanto em Ouro Preto o viajante ora sobe, ora desce, em Mariana, o viajante sobe. As principais igrejas são aquelas que estão mais junto ao céu. De mapa em mãos, procurava a Igreja de São Pedro dos Clérigos. Em verdade, chegar até ela não é difícil: há que subir. Difícil é acertar o caminho mais curto. Com pressentimento que o som vinha de lá, deixei-me guiar pelos sinos que tocavam incessantemente. Lembrei da obra de Autran Dourado, Os Sinos da Agonia: no século XVIII enquanto não morria o enfermo, os sinos tocavam em agonia, para que toda a cidade rezasse pela alma do quase-morto. Os sinos de Mariana estavam insistentes, imaginei que a tradição fora mantida e que alguma alma teimava em não desencarnar. Eu nada podia fazer pelo agonizante, já não era mais aquele bom aluno do catecismo: esquecera o Credo; não lembrava mais da Salve Rainha; ave Maria – por ser curta – inda conseguiria arriscar, mas preferi balbuciar os primeiros versos do Pai Nosso que estás no céu, santificado seja teu nome, venha a nós o vosso reino… apertei o passo e, antes de chegar no Amém, cheguei à Igreja de São Pedro dos Clérigos. Os sinos dobravam.  Vi a bonita fachada da Igreja que é diferente das outras que tinha visto até ali e, lá de cima, observei todo o corpo de Mariana.  Entretanto, os sinos dobravam ao ponto de arrepiar até o mais valente dos homens, imagine eu: covarde. O quase-falecido não largava o quase. Após pagar, entrei na igreja junto com outros que faziam o sinal da cruz, os sinos dobravam. Andei ao lado dos bancos e genuflexórios, fui até o altar. Lembrei do que dizia minha avó: ao sair duma igreja, nunca dê as costas pro altar. Andei meio sem jeito até sair. Os sinos inda dobravam e o som parecia cada vez mais forte, triste e belo. A esta altura eu já amaldiçoava o quase-falecido: maldito finado que não quer findar e que me obriga a ouvir este som de terror, que vá pro inferno. Ao sair da igreja, a moça que cobra entrada me recomendou: agora vá por estas escadas aqui, pois levam aos sinos. Os sinos!, repeti. Quase hipnotizado, subi. As escadas eram estreitas e precárias, nas paredes, diversos avisos: favor não tocar os sinos; favor não tocar os sinos; favor não tocar os sinos… O quase-finado deveria ser importante pra se quebrar a regra, o padre estaria ensandecido de tanto fazer o sino dobrar, a esta altura já estava surdo. Finalmente, cheguei ao topo da Igreja. Lá estavam os sinos e não havia padre algum. O que havia eram dois pestes duns moleques que se entretinham a bater o sino e a rir. O clima de agonia em Mariana era brincadeira de duas crianças. Cheguei até o parapeito, vi o corpo da cidade ainda mais de cima. Ri. Me aproximei dos molecotes e perguntei: será que agora posso tocar um pouco deste sino também?

Antunes
Rio de Janeiro, 8 de novembro de 2010

Diante da Igreja São Pedro dos Clérigos

Altar da Igreja São Pedro dos Clérigos

Escadaria da Igreja São Pedro dos Clérigos que leva aos sinos

Os sinos que dobravam na Igreja São Pedro dos Clérigos

Torre da Igreja São Pedro dos Clérigos

O pelourinho de Mariana

A Praça se chama Minas Gerais, cruel síntese de um estado. Nela, o agrupamento da coerção na época imperial: igrejas, câmara, cadeia e pelourinho. Contam as histórias que aquele pelourinho lá não foi conivente com a tortura de ninguém, é novo na praça. O pelourinho antigo, evidente culpado, foi destruído em fins do século XIX. Curioso é que a Igreja de São Francisco, a Igreja Nossa Senhora do Carmo, a Câmara, a cadeia, todas continuaram lá. Maldito mesmo era aquele pelourinho de 1750! Mas, Mariana deve ter perdido com turismo, pois pelourinho famoso mesmo é o de Salvador que é imaginário. Mariana, então, pra ser diferente, colocou um pelourinho de verdade, de pedra, representando aquele antigo: em cima estão as mãos da justiça e da punição, os símbolos reais, coisa belíssima de se ver. Agora, o pelourinho não serve mais pra amarrar ninguém, não é mais amigo da chicoteação. Pelourinho agora é artista fotográfico, é apoio pros namorados encostarem, é objeto de apreciação e curiosidade. Este pelourinho que está lá não aceitará mais tortura, o antigo que era culpado, um culpado feito de pedra que se calou junto com todos os apóstolos.

Antunes
Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2010


Nôla Farias narra e filma a praça Minas Gerais em Mariana e suas construções

A Casa da Câmara em Mariana na Praça Minas Gerais, diante dela o pelourinho

Os braços do pelô - justiça e punição

Às portas da cadeia na Praça Minas Gerais - Mariana

Nôla na câmara municipal diante da Igreja de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do carmo

Antigamente das igrejas e da câmara se via escravo apanhando, hoje em dia vê casal se beijando no pelô

Praça Gomes Freire

Os centros históricos não prezam pelo verde. O que é verde não tem história. Ninguém sabe da história duma árvore, mas sabe dos prédios. Mariana com alguns séculos é histórica, entretanto a milenar floresta amazônica, não. Quando minha esposa e eu topamos com uma praça verde entre sobrados, museus e templos, deliramos. Sobre os bancos de madeira fomos quaisquer dois anacrônicos numa praça ahistórica.

Antunes
Rio de Janeiro, 1 de novembro de 2010

O que é verde não tem história.

Ninguém sabe da história duma árvore, mas sabe dos prédios.

Sobre os bancos de madeira fomos quaisquer dois anacrônicos numa praça ahistórica.


Vídeo da Praça Gomes Freire em Mariana